Loop, virtualização e troca: práticas de gestão de operações sustentáveis na cadeia brasileira de embalagens
DOI:
https://doi.org/10.24023/FutureJournal/2175-5825/2023.v15i1.740Palavras-chave:
Economia Circular, Resíduos sólidos, EmbalagensResumo
Objetivo: este trabalho teve por objetivo analisar a capacidade da cadeia brasileira de embalagens em promover a criação de circuitos (loop), a virtualização e a troca entre os participantes.
Método: esta pesquisa é considerada qualitativa, aplicada e descritiva. O estudo de caso coletou dados por meio de pesquisa documental e entrevistas em profundidade com roteiro semiestruturado. 53 (cinquenta e três) stakeholders da cadeia de embalagens foram entrevistados, entre eles, promotores de justiça, políticos, empresários, catadores, especialistas, servidores públicos e representantes de organizações não governamentais. Para análise dos dados empregou-se a análise de conteúdo do tipo categorial temática.
Resultados: a insistência dos fabricantes em utilizar materiais que não possuem comercialização no mercado da reciclagem ilustra a problemática quanto ao Loop. Ainda que a pandemia da COVID-19 tenha acelerado práticas de Virtualização, como “digitalização de atividades e processos” e “melhoria do produto e manutenção periódica”, a maioria dos entrevistados afirma não existir ou não perceber feitos no cenário brasileiro. Apesar de algumas empresas se mostrarem preocupadas com tecnologias, o cenário 4.0 com big data ou machine learning está distante de ser realidade no Brasil.
Considerações finais: o presente estudo traz contribuições teóricas e práticas que podem ser extraídas a partir dos resultados desta pesquisa. Espera-se que estas constatações sirvam de diretrizes no processo de tomada de decisão no sistema de logística reversa de embalagens. Aos acadêmicos, demonstra-se a aplicação de um framework já consolidado na área para investigação de práticas socioambientais, além de instigar lacunas deixadas para pesquisas posteriores.
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